Ildazio Jr.: Era necessário diminuir festas, mas a culpa não foi dos empresários
por Ildazio Jr.

Escrever para o BN é um desafio imenso, e não só pelos hercúleos números e qualificação da audiência, mas pela influência na opinião pública que ele exerce devido a sua credibilidade. Me sinto um privilegiado!
Feliz Ano Novo a todos vocês!
Enfim... Enquanto escrevo esse texto, o mercado do entretenimento de grandes shows, festas e carnaval (digamos assim) mais uma vez recebe um duro golpe devido à contaminação geral que se abateu na população nesse período pós-grandes viagens. Entre o meio de dezembro e o início de janeiro, quando a grande maioria dos brasileiros sai a curtir suas férias por este vasto país, muitos deles chegam aqui na terrinha caindo na farra do caliente verão! Só que essa alegria nos deixou um aumento de 800% no rebote da Covid/Ômicron e Influenza, que estão aí a assustar todos, e levou o governador Ru Costa a baixar novo decreto diminuindo os 5.000 clientes – que, diga-se de passagem, é muita gente para a realidade pandêmica ainda – para 3.000. Assim, acabou frustrando os planos B, C e D dos empresários que já estavam com seus projetos indoors todos prontos para iniciar suas operações e faturar. Tudo apontava para tal!
Necessário comentar que o governador Rui Costa não foi muito feliz em tentar desviar os olhares sobre um problema de saúde pública e cultural para os combalidos empresários, que amargam vacas bem magras há um bom tempo e estavam em sua grande maioria seguindo as diretrizes do próprio governo, protocolos de saúde estipulados (as festas na Praia do Forte foram todas auditadas in loco e todos os dias por fiscais estaduais), e sempre estiveram abertos a seguir o que se fizesse necessário para reativar o setor. Mas daí a obrigar, em um país tão polarizado e mal educado, que em plena festa, bebendo, se envolvendo, se use máscara e mantenha distância é difícil. E pior: em um momento em que a nação está toda misturada de turistas em todos os cantos, principalmente no Nordeste! Não é justo com o setor essa pecha, mas não custa lembrar que o Comcar fez manifestação pública no Farol da Barra, com trio e o escambau, em uma clara pressão ao governo para acontecer o carnaval. E alguns dos empresários que agora reclamam também estavam por lá, têm um bom viés político aí também e daí, quando a bola sobrou na frente do gol, o governador não hesitou em agir!
Temos ainda o caso dos cruzeiros marítimos, tidos como os mais fáceis de controlar porque só entrariam clientes testados, com PCR, passaporte de vacinação e tudo mais, e deu no que deu! De quem é a culpa? Porque contaminados embarcaram, de garçons a músicos, de tripulação a clientes. Até o marinheiro que, apesar de só, se acompanhou... da Covid ! E falar das festas de Réveillon e fim de ano beleza, mas e das praias pelo Brasil afora nesses 30 dias, teve controle do estado? E em todos os aeroportos e rodoviárias? Existe leniência de todas as partes e muitos são os culpados, desnecessário procurar um bode expiatório a uma altura destas!
Agora também criticar o Governador pela atitude rápida e eficaz não rola. Ao contrário, concordo em gênero, número e grau com Rui Costa! Existe uma tônica em suas ações numa linha dura há muito tempo praticada, sem esconder que defenderá veementemente as regras sanitárias e a vacinação com mão de ferro, doa a quem doer. Daí, agiu mais que certo e sempre assim o fez, na minha opinião!
Mas o que de imediato me vêm à cabeça é uma frase muito popular quando a situação aperta, e que sempre alguém profere: Muita calma nessa hora! Mais uma “rearrumação” se faz necessária, pois ainda temos muito a aprender com essa doença!
Sim, pode acontecer muita coisa ou até mesmo nada. Essa onda aí pode baixar. Foi nesta específica semana que explodiu o reflexo de 1 mês de farra generalizada por todo país (ano passado foi assim, e sem vacina). E, claro, em locais mais visitados como a Bahia há mais gente contaminada! Vamos esperar aí mais 15 dias e daí, se nesse período se conseguir vacinar muita gente (inclusive crianças), diminuir o fluxo de gente rodando pelo país, aglomerar menos e combater os que confundem liberdade individual com egoísmo e burrice, teremos razoáveis festas para o momento!
Alea Jacta Est
Notícias relacionadas
Notícias Mais Lidas da Semana
Buscar
Colunistas

Ildázio Jr.
Colunista
20/04/2022 - 15:30
Ildazio Jr.: Uma nova festa chamada ‘Carnaval para Todos’
Bom, novos tempos, mais claros. Um status de endemia, taxas de vacinação bem altas, a maioria da população mais consciente do que deve fazer e, por conseguinte, que poder aglomerar, máscaras à la vontê... Ou seja, o cenário ideal. E até que enfim, para a volta geral do entretenimento que, aliás, já está a pleno vapor mesmo.
14/02/2022 - 12:50
Ildazio Jr.: No estado mais cultural do Brasil, empresários ainda apoiam pouco a Cultura
Cultura deve ser entendida como o comportamento, tradição e conhecimento de um determinado grupo social, incluindo a língua, a comida típica, a religião, música local, arte, vestimenta, entre outros aspectos. Por isso, a Cultura precisa de uma vez por toda ser retirada dessa quase invisibilidade com que é tratada por quem a deve promover, o Estado e o empresariado, e urgentemente, para o bem da vida e da longevidade do planeta!

Luis Ganem
Colunista
26/04/2022 - 10:30
Luis Ganem: Finalmente algo de novo no reino da Babilônia?
22/02/2022 - 11:30
Luis Ganem: Tem muito artista que esqueceu quanta ajuda teve do rádio
E a música do carnaval é...! Poderíamos muito bem estar agora discutindo ou pelo menos pensando em qual música – qualquer que fosse o ritmo, que fique claro – representaria o carnaval de Salvador de 2022 no cenário comercial. Isso se, há mais ou menos dois anos, essa pequena sensação pessoalíssima não nos tivesse sido tirada pelo vírus que invadiu o mundo e mudou tudo a nossa volta.